ASN - Como a Igreja Adventista do Sétimo Dia vê a
renúncia do Papa Bento XVI?
Luís Gonçalves - A renúncia foi uma grande surpresa para todos,
inclusive para a própria Igreja Católica. Para os adventistas, a decisão tomada
pelo Bento XVI não tem um significado em si mesmo. Porém, a Igreja Adventista
acompanha com muita atenção os acontecimentos de maneira geral, especialmente por
sabermos que a profecia bíblica aponta para Roma e de forma acentuada para o
Vaticano.
ASN - No
entendimento bíblico e profético, há algum papel especial que o Vaticano
desempenhará segundo entendimento adventista?
Luís Gonçalves - Com certeza sim. A Bíblia apresenta algumas
coisas que chamam a nossa atenção. O profeta Daniel diz que o inimigo usaria um
poder para “mudar os tempos e a lei. Também está escrito em Daniel 7:25 que
esse mesmo poder iria perseguir o povo de Deus por um tempo, dois tempos e metade
de um tempo, ou 1260 dias proféticos (Apocalipse 12:6), que é a mesma coisa que
os 42 meses mencionados em Apocalipse 13:5. Este foi o tempo da Idade Média
quando o poder papal dominou e perseguiu os cristãos.
Em Daniel 8:12, é
dito que esse poder lançaria a verdade por terra e teria apoio em sua distorção
bíblica e teológica.
Finalmente a Palavra
de Deus fala sobre o homem do pecado (I João 3:4 e Romanos 7:7) que se sentaria
no santuário de Deus, colocando-se como se fosse o próprio Deus (II Tessalonicenses
2:3-4).
Esses e outros textos
da Bíblia faz uma forte referência a esse poder em questão, pois eles mudaram
os mandamentos de Deus, perseguiram os cristãos e estabeleceram doutrinas que
não têm apoio bíblico. Tudo isso mostra o cumprimento das referidas profecias,
das quais destacaríamos Apocalipse 13 e 17.
ASN - Como os
adventistas veem a diminuição de fiéis da Igreja Católica em todo o mundo?
Luís Gonçalves - Cremos que o povo católico é composto de pessoas
sinceras, gente que deseja ansiosamente a salvação. Depois que a Igreja de Roma
permitiu que os membros tivessem acesso à Bíblia e depois que a missa deixou de
ser feita em latim houve uma abertura para que o Espírito Santo pudesse
trabalhar e abrir os olhos dessas queridas pessoas, que passaram a tomar
decisões pela verdade. Os escândalos cada vez mais acentuados contribuíram para
esse êxodo em direção aos movimentos evangélicos.
ASN - Qual a
avaliação da Igreja Adventista sobre o Vaticano como um estado religioso que
tem influenciado há milhares de anos nas questões políticas internacionais?
Luís Gonçalves - Se analisarmos a história da origem do Vaticano,
veremos que seu surgimento contempla essa união de política e religião através
do uso da força. Entendemos que o Vaticano é uma mescla do que chamamos
“politico-religioso”. É o menor país do mundo e um dos mais poderosos.
Quando se trata de
Roma imperial, percebemos que todas as perseguições do passados prepararam o
caminho para essa influencia política que existe hoje. O domínio papal na Idade
Média também contribuiu para esse domínio político-religioso. Entendemos que
esse é um poder sobre do qual várias profecias bíblicas já falaram.
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