O que é, e qual é o
propósito do Documento
Uma comissão de líderes adventistas de oito
países sul-americanos votou, no final de 2012, documento intitulado Estilo de Vida e Conduta Cristã. O objetivo é reafirmar a crença bíblica defendida
pela Igreja Adventista do Sétimo Dia quanto ao comportamento de um cristão
diante de diferentes situações da sua vida cotidiana como recreação, mídia,
vestuário, sexualidade, joias, ornamentos e saúde. A ideia do documento não é
substituir a Bíblia e nem criar novas normas.
A intenção foi resumir, em uma linguagem
simples mas clara e objetiva, o que Deus estabeleceu em Sua Palavra sobre esses
temas no contexto da misericórdia e da graça cristãs. Trata-se de um material
que reúne em um só lugar várias declarações que refletem o pensamento
adventista sobre o assunto. Como o próprio documento diz, “as recomendações
apresentadas neste documento não devem ser usadas como elemento de crítica ou
julgamento de outros, mas como apoio para a vida pessoal”.
Segue abaixo o documento na íntegra:
Introdução
A Igreja Adventista do Sétimo Dia reconhece a
importância do sacrifício de Cristo na cruz como o preço pago pela nossa
salvação. Deus, em Seu infinito amor pelo mundo, “deu Seu Filho Unigênito para
que todo aquele que nEle crê não pereça mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16). Ele
“prova o Seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós,
sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8), e nos convida a aceitar esse sacrifício de
amor, a entregar-Lhe totalmente a vida e a nascermos de novo em Cristo (Jo
3:3-15).
A pessoa que passou por essa experiência com
Jesus deve agora andar em “novidade de vida”, entregando-Lhe todo o seu ser e
todos os aspectos de sua vida (Rm 6:1-11). “E, assim, se alguém está em Cristo,
é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2Co
5:17). Uma vida renovada leva o cristão a um alto padrão de comportamento
através de um estilo de vida que O glorifique e que evidencie publicamente a fé
e o compromisso que ele tem com Cristo Jesus. Dois ensinos bíblicos fundamentam
a importância do estilo de vida para o cristão adventista: 1) a restauração da
imagem de Deus no ser humano; e 2) a missão profética específica da Igreja
Adventista no final dos tempos.
A restauração da imagem de Deus. Segundo as
Escrituras, o ser humano foi criado à “imagem e semelhança” de Deus (Gn 1:26,
27). Essa realidade foi manchada pelo pecado (Gn 3). Desde a queda, no entanto,
Deus tem trabalhado pela restauração plena dessa imagem no ser humano (Rm 8:29;
1Co 15:49; 2Co 3:18; Ef 4:22-24; Cl 3:8-10) através da redenção em Cristo Jesus
e da atuação do Espírito Santo na vida e mente daqueles que respondem
positivamente ao Seu convite à salvação (Jo 1:12, 13; 3:3-16). Nesse processo
de restauração, Deus chama Seus filhos a um reavivamento e reforma através do
compromisso com a santidade. “Sede santos porque Eu sou santo” (Lv 11:44, 45;
19:2; 20:26); “sede perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste” (Mt 5:48).
Essas exortações bíblicas são muitas vezes
mal-interpretadas e usadas como base de um legalismo exigente e frio, comumente
denominado de perfeccionismo. No entanto, no Sermão da Montanha (Mt 5:43-48),
Cristo deixou claro que “ser santo” e “ser perfeito” como Deus, é ser um canal
divino de Sua graça, amor e bondade aos seres humanos. O cristão torna-se um
canal de Deus ao amar sinceramente todos os indivíduos com quem ele se
relaciona, orando por eles e ajudando-os, mesmo sendo seus inimigos ou aqueles
que o perseguem.
O chamado do cristão é imitar a Deus em todos
os aspectos de sua vida (1Pe 1:13-16). Para que isso seja possível, Deus
concede aos Seus filhos o Espírito Santo, o Consolador, que opera na mente e
coração dos seres humanos, envolvendo o cultivo de atributos internos (amor,
bondade, compaixão, justiça, verdade, pureza, honestidade, responsabilidade,
altruísmo, etc.) e externos (modéstia, decência, temperança, boas obras, etc.).
Esses atributos representam a restauração do caráter divino evidenciado pelo
fruto do Espírito na vida dos filhos de Deus (Rm 12:1-13:14; Gl 5:16-26; Ef
4:17-5:21; Cl 3:1-17; 1Ts 4:1-12; 1Tm 2:8-3:13). A missão profética da Igreja
Adventista.
O segundo ensino bíblico que realça a
importância de um estilo de vida consagrado a Deus é a missão específica da
Igreja Adventista do Sétimo Dia. Desde seus primórdios, os Adventistas do
Sétimo Dia se consideram um movimento profético, com a missão especial de
preparar um povo para a Segunda Vinda de Jesus. Esse movimento foi profetizado
em Isaías 40:1-5, como a “voz do que clama no deserto” preparando o caminho do
Senhor; em Isaías 58:12, como o “reparador de brechas e restaurador de veredas”
que restabeleceria verdades bíblicas esquecidas, entre as quais a santificação
do sábado; em Malaquias 4:4-6, como o Elias que antecederia a vinda do Messias.
Seu cumprimento foi predito em Apocalipse 14:6-12, com a tríplice mensagem
angélica pregada nos últimos dias da história humana pelos “santos, os que
guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus”.
A missão da Igreja Adventista é a mesma de
João Batista — preparar um povo para a vinda de Jesus, e ambos são objetos das
profecias específicas de Isaías 40 e Malaquias 4. João Batista é, portanto, um
modelo profético da Igreja Adventista, e grande ênfase é dada ao seu estilo de
vida, especialmente em relação à comida, bebida e vestimenta (Mt 3:4; Mc 1:6;
Lc 1:15). Isso pressupõe que um estilo de vida específico, ordenado por Deus, é
um aspecto importante no cumprimento da missão do mensageiro profético que
prepara a vinda do Senhor.
Recomendações
Com base nessa percepção das verdades
bíblicas, a Divisão Sul-Americana da Igreja Adventista do Sétimo Dia reafirma
seu compromisso com um estilo de vida cristã que represente seu chamado e sua
missão diante do mundo e que seja uma resposta de coração à graça e ao amor de
Deus. E, com o propósito de aconselhar e incentivar seus membros a crescerem na
fé, a aprofundar sua experiência com Deus e a avançar no cumprimento da missão
evangélica, faz as seguintes recomendações:
1. Vida de santificação
O cristão é chamado a consagrar a Deus todos
os aspectos de sua vida. Como está escrito: “Por isso, cingindo o vosso
entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que vos está sendo
trazida na revelação de Jesus Cristo. Como filhos da obediência, não vos amoldeis
às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância; pelo contrário,
segundo é santo Aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em
todo o vosso procedimento, porque escrito está: Sede santos, porque Eu sou
santo” (1Pe 1:13-16). Ao fazer a vontade do Mestre, “precisamos chegar ao ponto
de reconhecer plenamente o poder e a autoridade da Palavra de Deus, quer ela
concorde ou não com nossas opiniões preconcebidas. Temos um perfeito
livro-guia. O Senhor nos falou a nós; e, sejam quais forem as consequências,
devemos receber Sua Palavra e praticá-la na vida diária. De outro modo
estaremos escolhendo nossa própria versão do dever e fazendo exatamente o
oposto daquilo que nosso Pai celestial nos mandou fazer” (Ellen G. White,
Manuscrito 148, 1902; ver Medicina e Salvação, p. 255, 256).
2. Crescimento
espiritual
A santificação implica um contínuo processo
de crescimento espiritual pela graça de Deus em Jesus, através da comunhão
pessoal com Ele pelo estudo da Bíblia, pela prática da oração e pelo testemunho
pessoal. O alvo é chegar “ao pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita
varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais
sejamos como meninos, agitados de um lado ao outro e levados ao redor por todo
vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao
erro. Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo nAquele que é a
cabeça, Cristo” (Ef 4:13-15). “Muitos têm a ideia de que devem fazer sozinhos
parte do trabalho. Confiaram em Cristo para o perdão dos pecados, mas agora
procuram por seus próprios esforços viver retamente. Mas qualquer esforço como
este terá de fracassar. Diz Jesus: ‘Sem Mim nada podereis fazer’ (Jo 15:5).
Nosso crescimento na graça, nossa felicidade, nossa utilidade – tudo depende de
nossa união com Cristo. É pela comunhão com Ele, todo dia, toda hora –
permanecendo nEle – que devemos crescer na graça” (Ellen G. White, Caminho a
Cristo, p. 69).
3. Pureza moral
Todo filho e filha de Deus deve conservar
puros o coração e a mente (Sl 24:3, 4; 51:10), seguindo o modelo de Cristo: “E
a si mesmo se purifica todo o que nEle tem esta esperança, assim como Ele é
puro.” (1Jo 3:3). O cristão deve evitar e rejeitar tudo que possa poluir sua
mente e sua vida, levando-o a pecar. Duas exortações de Paulo servem para
nortear suas escolhas: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra
coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (1Co 10:31); “Finalmente,
irmãos, tudo que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é puro,
tudo que é amável, tudo que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum
louvor existe, seja isto que ocupe o vosso pensamento” (Fp 4:8).
4. Recreação e mídia
Seguindo o princípio da pureza moral, o
cristão deve evitar livros e revistas, programas de rádio, televisão, internet
ou qualquer outro tipo de mídia, jogos ou equipamentos modernos cujo conteúdo
possa poluir sua mente e coração. Deve-se evitar tudo que induza ao mal e
promova violência, desonestidade, desrespeito, adultério, pornografia, vícios
de toda sorte, descrença, uso de palavrões e linguagem obscena, entre outras
coisas. O cristão não pode conformar-se aos valores comuns de um mundo
profundamente corrompido pelo pecado, mas deve ser transformado pelo Espírito,
renovando sua mente a fim de experimentar “a boa, agradável e perfeita vontade
de Deus” (Rm 12:2; ver também 1Jo 2:15-17). Certos lugares públicos de diversão
tais como estádios esportivos, teatros e cinemas, em sua programação habitual,
são inapropriados para o cristão adventista. Vários fatores contribuem para
essa avaliação negativa por parte da Igreja, dentre eles:
- a falta de controle sobre o conteúdo que é
apresentado ou o evento que está ocorrendo;
- a psicologia de massa que muitas vezes leva
alguém a seguir em uma direção que de outro modo não o faria;
- o fato de todo o ambiente ser planejado para
potencializar o impacto sobre o indivíduo e sua mente, facilitando a
aceitação, geralmente imperceptível, de ideias e valores contrários à fé
cristã;
- o tempo e os recursos financeiros gastos
nessas diversões que poderiam ser utilizados para outros fins mais
condizentes com a fé e os propósitos de vida de um cristão;
- o testemunho negativo que a frequência a esses
lugares pode deixar na mente de membros e não membros da igreja. O
conselho de Ellen White aos jovens acerca do teatro, no seu tempo, parece
ainda mais pertinente hoje para todos os lugares de diversão: “Entre os
mais perigosos lugares de diversões, acha-se o teatro. Em vez de ser uma
escola de moralidade e virtude, como muitas vezes se pretende, é um
verdadeiro foco de imoralidade. Hábitos viciosos e propensões pecaminosas
são fortalecidos e confirmados por esses entretenimentos. Canções baixas,
gestos, expressões e atitudes licenciosos depravam a imaginação e rebaixam
a moralidade. Todo jovem que costuma assistir a essas exibições se
corromperá em seus princípios. [...] O amor a essas cenas aumenta a cada
condescendência, assim como o desejo das bebidas alcoólicas se fortalece
com seu uso. O único caminho seguro é abster-nos de ir ao teatro, ao circo
e a qualquer outro lugar de diversão duvidosa” (Ellen G. White, Mensagens
aos Jovens, p. 380).
A dança e os ambientes sociais como boates e
outras casas noturnas são contrários ao princípio da pureza cristã, uma vez que
excitam as paixões humanas, a luxúria e sedução. A dança é ainda comumente
acompanhada do estímulo ao uso de bebidas alcoólicas, de drogas, da prática de
violência e comportamento desenfreado. Sua promoção e prática não se harmonizam
com os princípios cristãos adventistas, nem mesmo em um contexto particular,
residencial, ou em atividades espirituais e sociais realizadas pela igreja.
A recreação através da música, seja ela
religiosa ou não, também deve passar pelos critérios bíblicos da glorificação a
Deus e qualidade do material em questão. Uma discussão detalhada desse assunto
tão importante aparece nos documentos: “Filosofia Adventista do Sétimo Dia com
Relação à Música”; e “Orientações com Relação à Música para a Igreja Adventista
do Sétimo Dia na América do Sul”, que você acessa clicando aqui.
5. Vestuário.
O vestuário cristão é claramente orientado
nas Escrituras pelo princípio da modéstia e da beleza interior que implicam bom
gosto com decoro. Os Adventistas do Sétimo Dia creem que os princípios acerca
do vestuário que aparecem em 1 Timóteo 2:9 e 10 e 1 Pedro 3:3 e 4, em relação
às mulheres cristãs, se aplicam tanto a homens como a mulheres. O cristão deve
se vestir com modéstia, decência, bom-senso, evitando a sensualidade
provocativa tão comum da moda, e sem ostentação de “ouro, pérolas ou pedras
preciosas, ou vestuário dispendioso” (1Tm 2:9).
Esse princípio deve aplicar-se não apenas a
roupas, mas a todas as questões que envolvem a aparência pessoal e seus
enfeites. Tudo deve evidenciar a riqueza do “homem encoberto no coração; no
incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de
Deus” (1Pe 3:4). “O caráter de uma pessoa é julgado pelo aspecto de seu
vestuário. Um gosto apurado, um espírito cultivado, revelar-se-ão na escolha de
ornamentos simples e apropriados. [...] É justo amar e desejar a beleza; Deus,
porém, deseja que amemos e procuremos primeiro a mais alta beleza – aquela que
é imperecível. As mais seletas produções da perícia humana não possuem beleza
que se possa comparar com a beleza do caráter, que à Sua vista é de grande
preço” (Ellen G. White, Educação, p. 248, 249).
6. Joias e ornamentos
Os princípios bíblicos da modéstia e da
beleza interior, que aparecem em 1 Timóteo 2:9 e 1 Pedro 3:3, deixam bem claro
que o cristão deve abster-se do uso de joias e de outros ornamentos, como
bijuterias e piercing, e de tatuagens (Lv 19:28). Segundo a exortação bíblica,
o cristão deve levar uma vida simples, sem ostentação, evitar despesas
desnecessárias e estar livre do espírito de competição tão comum na sociedade.
Esses princípios se aplicam às joias ornamentais. As joias funcionais, usadas
segundo o contexto sociocultural, também devem seguir os mesmos princípios.
Para o cristão, a autoestima e a valorização social estão fundamentadas no fato
de o ser humano ter sido criado à imagem de Deus (Gn 1:26, 27); de cada
individuo ser dotado de dons e talentos que lhes são únicos (Mt 25:14-29); e,
sobretudo, por ele ter sido resgatado do pecado pelo mais alto preço possível
no Universo, o precioso sangue de Cristo (1Co 6:20).
A busca de autoestima e valorização social
por meio do uso de joias ou ornamentação externa conflita com a profunda
experiência cristã que Deus deseja para Seus filhos e filhas (1Tm 2:9, 10; 1Pe
3:3, 4). Apesar de vários personagens bíblicos terem usado joias, o texto
bíblico deixa claro que o seu abandono caracteriza um movimento de total
reavivamento e reforma espiritual do povo de Deus (Gn 35:2-4; Êx 33:5, 6). É
nesse contexto de reforma e reconsagração que os apóstolos Paulo e Pedro
apontam a norma a ser seguida pelos discípulos de Cristo. Para os Adventistas
do Sétimo Dia, essa norma deve ser ainda mais relevante, visto que nossa missão
como o Elias profético nestes últimos tempos significa também simplicidade no
vestuário (Mt 11:7-10; Mc 1:6; Lc 7:24-27). “Trajar-se com simplicidade e
abster-se de ostentação de joias e ornamentos de toda espécie está em harmonia
com nossa fé” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 3, p. 366).
7. Sexualidade humana
A sexualidade humana é apresentada na Bíblia
como parte da imagem de Deus na humanidade (Gn 1:27), e foi planejada por Deus
para ser uma bênção ao gênero humano (Gn 1:28). Desde o princípio, Deus
estabeleceu também o contexto em que ela deve ser exercida – o casamento entre
um homem e uma mulher (Gn 2:18-25; Hb 13:4). A Bíblia deixa claro que a
sexualidade deve ser exercida com respeito, fidelidade, amor e consideração
pelas necessidades do cônjuge (Pv 5:15-23; Ef 5:22-33).
O fiel adventista deve evitar também o jugo
desigual, relacionando-se afetivamente e unindo-se em matrimônio somente com
alguém que compartilhe sua fé (2Co 6:14, 15). As Escrituras claramente classificam como pecado as
diferentes formas de sexo fora das diretrizes divinas, como:
- o sexo pré-marital e a violência sexual (Dt
22:13-21, 23-29);
- o adultério ou sexo extraconjugal (Êx 20:14;
Lv 18:20; 20:10; Dt 22:22; 1Ts 4:3-7);
- a prostituição, feminina ou masculina (Lv
19:29; Dt 23:17);
- a relação com pessoas da mesma família ou
crianças (Lv 18:6-17; 20:11, 12, 14, 17, 19-21);
- a relação entre pessoas do mesmo sexo (Lv
18:22; Lv 20:13; Rm 1:26, 27);
- o travestismo (Dt 22:5);
- e a relação sexual com animais (Lv 18:23; Lv
20:15, 16).
As Escrituras também
condenam:
- o assédio sexual (Gn 39:7-9; 2Sm 13:11-13);
- o exibicionismo sensual (Ez 16:16, 25; Pv
7:10, 11);
- manter pensamentos e desejos impuros (Mt
5:27-28; Fp 4:8);
- a impureza e os vícios secretos, como a
pornografia e a masturbação (Ez 16:15-17; 1Co 6:18; Gl 5:19; Ef 4:19; 1Ts
4:7).
O argumento comum de que muitos desses
comportamentos sexuais não eram aceitos na antiguidade, quando a Bíblia foi
escrita, mas que hoje são socialmente aceitos e, portanto, podem ser até mesmo
praticados pelos cristãos, demonstra falta de conhecimento da realidade entre
os povos vizinhos do antigo Israel. O próprio texto bíblico é bem claro nessa
questão. Levítico 18 diz que essas práticas eram comuns e aceitas no Egito e,
mais ainda, na terra de Canaã (Lv 18:3, 24, 25, 27).
Deus condenou essas práticas, apesar de serem
aceitas na antiguidade. Os israelitas deveriam viver segundo outro modelo de
comportamento sexual, ou seja, o que está explícito nos mandamentos de Deus (Lv
18:4, 5, 26, 30). No entanto, para aqueles que sofrem tentações ou que têm
sucumbido em qualquer área do comportamento sexual, a promessa de vitória em
Deus é animadora: “Tudo posso nAquele que me fortalece” (Fp 4:13); “não por
força nem por poder, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zc
4:6). “Os que põem em Cristo a confiança não devem ficar escravizados por
nenhuma tendência ou hábito hereditário, ou cultivado. Em lugar de ficar
subjugados em servidão à natureza inferior, devem reger todo apetite e paixão.
Deus não nos deixou lutar contra o mal em nossa própria, limitada força. Sejam
quais forem nossas tendências herdadas ou cultivadas para o erro, podemos
vencer mediante o poder que Ele está disposto a nos comunicar” (Ellen G. White,
A Ciência do Bom Viver, p. 175, 176).
8. Saúde
O corpo humano é o templo do Espírito Santo e
o cristão deve glorificar a Deus em seu corpo (1Co 3:16, 17; 6:19, 20; 10:31).
O cuidado do corpo e da saúde faz parte da restauração da imagem de Deus no
homem: “Deus deseja que alcancemos a norma de perfeição que o dom de Cristo nos
tornou possível. Ele nos convida a fazer nossa escolha do direito, para nos
ligarmos com os instrumentos celestes, adotarmos princípios que hão de
restaurar em nós a imagem divina. Na Sua palavra escrita e no grande livro da
natureza, Ele revelou os princípios da vida. É nossa obra obter conhecimento
desses princípios e, pela obediência, cooperar com Ele na restauração da saúde
do corpo bem como da alma” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 114,
115).
Em Sua Palavra, Deus deu orientações claras
acerca de comida (Gn 1:29; 3:18; 7:2; 9:3, 4; Lv 11:1-47; 17:10-15; Dt 14:3-21)
e bebida (Lv 10:9; Nm 6:3; Pv 20:1; 21:17; 23:20, 29-35; Ef 5:18). A dieta
vegetariana é o ideal de Deus para o ser humano (Gn 1-3) e também a abstinência
de qualquer tipo de bebida alcoólica e de tudo que seja prejudicial à saúde
humana, como bebidas cafeinadas e drogas (Êx 20:13; 1Co 3:17; 6:19; 10:31). As
boas coisas que Deus criou para o ser humano devem ser usadas com equilíbrio e
sabedoria (Pv 25:16, 27). As coisas más devem ser totalmente evitadas.
Alimentação adequada e abstinência de tudo
que é prejudicial à saúde são dois dos oito remédios naturais que Deus prescreveu
para a manutenção de uma vida saudável e equilibrada e para a cura de muitas
doenças e sofrimento: “Ar puro, luz solar, abstinência, repouso, exercício,
regime conveniente, uso de água e confiança no poder divino – eis os
verdadeiros remédios. Toda pessoa deve possuir conhecimentos dos meios
terapêuticos naturais e da maneira de aplicá-los. [...] Aqueles que perseveram
na obediência à suas leis ceifarão galardão em saúde de corpo e de alma” (Ellen
G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 127).
Conclusão
As
recomendações apresentadas neste documento são conselhos e orientações a serem
seguidos com oração, como resultado de profundo relacionamento pessoal com
Deus, na busca de Suas verdades e de Sua presença na primeira hora de cada dia.
Elas não devem ser usadas como um elemento de crítica ou julgamento de outros,
mas como apoio para a vida pessoal. A Palavra de Deus e os conselhos divinos
que nos foram transmitidos pelo ministério profético de Ellen G. White nos
exortam, como Adventistas do Sétimo Dia, a viver um estilo de vida que seja uma
resposta de amor à bondade, à graça e ao infinito amor de Deus por nós. O fruto
do Espírito deve permear todas as dimensões do nosso viver, proporcionando
equilíbrio entre os aspectos interiores do ser e os exteriores do fazer. O
resultado disso será nossa própria felicidade e bem-estar, e o desenvolvimento
da nossa salvação em todos os aspectos desejados por Deus. E, por fim,
estaremos lançando uma das bases fundamentais para o cumprimento de nossa
missão profética, esperando em breve ouvir dos lábios do próprio Jesus: “Bem
está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei;
entra no gozo do teu Senhor” (Mt 25:21).
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